domingo, 29 de janeiro de 2012

[Resenha, Martin Claret] Histórias de Horror - O Mito de Cthulhu, por H.P.Lovecraft

   Este livro foi uma das minhas melhores - porém também uma das minhas mais demoradas - leituras, Histórias de Horror: O mito de Cthulhu, lançado em 2011 pela editora parceira Martin Claret. O livro reúne quatro dos mais importantes contos escritos pelo norte-americano H. P. Lovecraft e faz parte da Coleção A Obra Prima de Cada Autor. Dentre os contos, O chamado de Cthulhu - a maioria esmagadora há de concordar que o conto citado é a obra mais conhecida do autor. Muitos nem mesmo sabem que Cthulhu é um personagem de Lovecraft, mas já ouviram falar da criatura, além, é claro, de algumas bandas que costumam usá-lo como tema para canções (um exemplo clássico é a banda de Trash metal Metallica).

   O livro de 196 páginas conta com as obras O chamado de Cthulhu, O horror de Dunwich, Sussurros na escuridão e O assombrador das trevas, além de um interessantíssimo prefácio - infelizmente, não sei quem foi o autor do tal prefácio, mas se este estiver passando os olhos por aqui, deixo meus parabéns pelo trabalho! -. Como são quatro contos, irei me ater ao mais conhecido, deixando que os leitores interessados desfrutem do resto da leitura assim como eu, que só conhecia a primeira obra.

   Entre 1926 e o ano posterior, morre o tio avô do narrador-personagem. Sendo seu único parente, este tem por tarefa averiguar os pertences do velho Angell e separar aquilo que for importante. Deu-se aí o início da perturbação acometida pelo narrador. Dentre os documentos do professor Angell, havia alguns recortes de jornais, pedaços de papel com anotações e alguns outros documentos que pareciam ter alguma importância para o velho, já que estavam juntos e muito bem guardados.

   Ao começar a leitura de tais papéis, o personagem se depara com histórias horrendas a respeito de um culto a um ser demoníaco, cujo nome viria a ser Cthulhu, além de registros dos sonhos de um jovem escultor, Wilcox, que, conforme as anotações, teve visões oníricas que diziam respeito a uma criatura amedrontadora, além de cidades antigas e objetos disformes. Temeroso, o narrador continua a investigar os escritos do tio-avô, a fim de encontrar provas de que aquela loucura era mesmo real, ou se o falecido tinha alguns parafusos a menos - torcendo, já, para que a opção correta fosse a última.

   Quanto mais se envolve com os acontecimentos, mais perturbado o narrador fica. Pois eis que surge aquilo que ele temia, já que, contrariando seus desejos, a existência do mal escondido por trás daquilo que vemos se materializa em uma estátua. Como explicar a existência de uma estátua feita com material inexistente na Terra? O que pensar a respeito de uma embarcação que é atacada e cujos homens morrem em um lugar desconhecido, e, como se a insanidade do único do grupo que restou não fosse prova suficiente, a ausência dos corpos dos marinheiros confirmasse o temor de que havia algo obscuro acontecendo? O que esperar das coisas mais simples quando se toma conhecimento de que por trás de tudo o que você vê, há algo que ainda não pôde enxergar? Só lendo, amigo leitor. Só lendo.

   H. P. Lovecraft não é reconhecido à toa. Sua maneira peculiar de escrever dá liberdade para que os leitores imaginem aquilo que quiserem, cabendo ao autor dar apenas algumas "dicas" daquilo que se deve imaginar, alguns padrões. A linguagem usada pelo norte-americano é diferente daquela que estamos acostumados a confrontar, cada palavra parece ter sido repensada várias vezes, até que não houvesse algo melhor para ser escrito. A capa do livro retrata muito bem aquilo que viria a ser o tal Cthulhu - e não se preocupe, eu também não sei falar o nome dessa criatura -, alertando ao leitor sobre os perigos que espreitarão sua mente ao ler o livro. As únicas palavras que me restam, leitor, são as que lhe preparam para uma experiência literária inigualável. Histórias de Horror: O mito de Cthulhu merece um lugar na sua estante, e, uma vez lido, terá lugar garantido em sua memória até que ela se desfaça.

   



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Um comentário:

Fernanda Araújo disse...

Não conhecia o livro e já vou procurar mais sobre ele.
Obrigada pela dica. ^^
bjs

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